Uma casca apenas
na impalpável imagem dos signos
com que se sonha soando alto
uma canção na quietude do rio
e com a canção
um barco despregando-se
foge tu visitante casual destas paragens
se não queres queimar-te na fogueira silenciosa
a não saciada sede do puro instinto
lhe há dado nascimento
apesar dos montes de ossos
sobre um rio sem água
porque já estava no inferno
e desperto no ventre de uma garrafa transparente
como uma melodiano meio da noite iluminando um pântano
esse rio da minha infância
aquele farol sob a chuva
ou só o barco de papel que recuperei
da corrente
e agora treme em minhas mãos
mais além do intimo vela-me
lhe espera o labirinto
de outro imenso mar
onde as borboletas não hão de chegar
podes então gritar todos os gritos
que não grito
una precária palidez de nossos dias
assim navegue em círculos
dentro do olho cego da esfinge
tudo na breve eternidade
está escrito na água.
(Antonio Terán Cabrero)
Bombom,
Escrito nas águas...em chuvas ou em lágrimas, no lago calmo dos dias... no banho noturno a pensar em tua pele, em nossas fotos, em tudo.
<< És o meu amor>>
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