Trago-me preso a um desejo
de me unir ao vento
arrastar as ondas
e atirá-las nas pedras
traço-me em planos
tortos, obtusos, interrogativos
arrisco-me em pequenos versos
em espaços ínfimos
ergo-me simétrico
lanço-me em linha reta
só o tempo curva em mim
há uma dor que me atravessa
que risca minha poesia
afogada em tantas indagações
Celso Brito
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