segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Teu nome



Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.


Bombom,
Os dias, as manhãs podem passar todas... em cada uma dela eu mando um beijo no vento até teu rosto, até a tua boca... no seu ouvido, a dizer teu nome e dizer... "Minha delícia"..."Bombom-amor"..."Te quero"....
<< És o meu amor>>

Um comentário:

Menina Marota disse...

Este poema pertence a Maria do Rosário Pedreira, e encontra-se publicitado no livro O Canto do Vento nos Ciprestes.

Não acha que seria de bom tom, dar os devidos créditos aos autores do poema?

Sem mais,

Otília Martel